EXPOCINE 2019 – Novas demandas da difusão

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O painel Novas Demandas da Difusão na EXPOCINE 2019 reuniu três distribuidoras para falar dos principais desafios que vêm enfrentando nos últimos tempos. Para o debate, estiveram presentes Bruno Beauchamps, da Pagu Pictures, Gracie P da Supo Mugam Films e Igor Kupstas, da O2 Play. Para mediar o debate, que também apontou para uma necessidade de se conhecer melhor a audiência, o consultor de programação do Espaço Itaú, Humberto Neiva.

Demandas da Difusão – métricas mais precisas

Bruno, da Pagu Pictures, falou sobre a necessidade de se conhecer melhor a audiência. A grande busca é entender quem é o cliente e qual é o custo de aquisição deles. Isso é especialmente importante para uma distribuidora que lança filmes menores e precisa alocar o dinheiro do marketing nos lugares certos.

Ele falou sobre um case de fracasso da distribuidora. A Pagu lançou um longa com um protagonista que tinha Síndrome de Down. Apesar da demanda de diversidade e inclusão que temos observado nos últimos tempos, esse filme não funcionou nas salas de exibição. Pegaram esse projeto como um case de estudo para que se entenda o que de fato deu errado no planejamento desse lançamento. A conclusão foi a de que é preciso ter métricas mais precisas.

A Pagu mudou de estratégia no próximo lançamento, focado no nicho do terror. Fizeram a campanha direcionada nos jovens para levar um público novo para as salas. Estão desenvolvendo um trabalho direcionado para esse nicho de público. “Ou se trabalha com dados, ou não vai ser possível colocar o produto certo para o público correto.”

Gracie, da Supo Mugam, também disse que possuem um case de fracasso na distribuidora que motivou um estudo mais apurado. Eles costumam trabalhar com filmes diferentes e sempre procuram conhecer os filmes e os diretores. Apesar disso, o lançamento deu errado. Ela explicou que há uma grande preocupação com o público mais jovem. É preciso entender porque eles não vão ao cinema.

Além da dificuldade de se colocar o filme na sala de cinema, ainda há a competição do streaming que chega muito mais rápido ao espectador, com uma grande variedade de filmes. Gracie falou sobre o objetivo de se atingir o público também fora das redes sociais, com campanhas em mídia Out of Home, mobiliário urbano, dentre outros. Somado a isso, temos a pirataria como um outro grande problema ao distribuidor.

Lançamentos realistas

Igor Kupstas, da 02 Play, falou que o objetivo da distribuidora sempre foi a janela de exibição no cinema e no VoD. Como são agregadores de plataformas, fizeram experiências com salas de exibição, VoD, licenciamentos e vendas internacionais. Igor relatou um case da sua distribuidora que havia sido lançado recentemente.

O primeiro é o Fera na Selva, longa do ator Paulo Betti, lançado em apenas duas salas no Rio de Janeiro, com a presença do Paulo em todas as sessões num esquema de Road Show. Disse que isso é uma alternativa ao lançamento tradicional. “É preciso ser honesto com o produto que temos. Talvez não faça sentido colocar o filme em 200 salas de cinema, pois o público do filme é mais restrito, mais velho. É um modelo que se aproxima do Teatro.” 

Segundo Igor, é preciso desconstruir a imagem romântica que se tem da distribuição. Outro projeto destacado pelo executivo foi o Turma do Pererê.doc, documentário do Ziraldo. Falou da importância de se criar um senso de urgência nas campanhas de lançamento, para motivar o público a ir ver o filme nas primeiras semanas. Ainda mais quando se trata de um conteúdo de nicho, que normalmente não permanece muito tempo em cartaz.

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