EXPOCINE 2019 – Análise de Dados e Engajamento

Audiovisual > EXPOCINE 2019 – Análise de Dados e Engajamento

Já faz algum tempo que a análise de dados se tornou um diferencial na hora de gerar engajamento da audiência pelo conteúdo. Empresas que navegam com sabedoria pelo ambiente digital são capazes de coletar uma série de dados sobre seus clientes e seus hábitos de consumo, o que lhes possibilita realizar um direcionamento mais efetivo do marketing.

Neste painel realizado no primeiro dia de EXPOCINE, Jody Baines, Gerente de Contas da NEC Display Solutions, fala sobre como isso vem sendo realizado nos ambientes de salas de exibição.

Análise de Dados e Engajamento

Jody Baines fala sobre engajamento

Sempre quando interagimos com algo no ambiente digital, estamos gerando dados que são armazenados pelos provedores de serviços ou plataformas de conteúdo. São milhões de informações coletadas e registradas em bases de dados gigantescas. Extrair ideias desse enorme volume de informação é o trabalho dos especialistas em análise de dados. Ou pelo menos era.

No RCM de 2017 houve um painel interessante sobre esse assunto. Uma analista de dados falou sobre como o desempenho da homepage do Globo.com melhorou, quando trocaram o editor chefe da página principal por um robô que editava a página em tempo real, com base nos hábitos de consumo de notícias pelos usuários no site do Globo.com.

Jody Baines também mencionou em sua apresentação o uso de inteligência artificial para gerar insights valiosos e criar engajamento. A habilidade de tomada de decisão é muito maior. Extrapolando esse conceito de que os dados são gerados apenas em interações usuário-plataforma, Baines insistiu que os dados estão em todos os lugares.

Com o auxílio da tecnologia, uma câmera consegue observar o público frequentador de determinado espaço e extrair uma série de informações a partir dessa imagem, sem exigir interação alguma das pessoas. Dados como quantidade de pessoas, gênero, raça e faixa etária podem ser estimados com uma certa precisão por esse tipo de tecnologia. A partir da identificação demográfica dessa audiência é possível direcionar conteúdo para ela.

Ele comentou ainda que a lei de alguns países não permite a identificação das pessoas e por isso os dados são gerados de forma anônima. (Esse assunto também veio à tona recentemente durante os protestos que acontecem em Hong Kong, onde o governo instalou câmeras de vigilância com reconhecimento facial capazes de identificar os manifestantes, que reagem usando lasers para interferir no reconhecimento facial.)

Baines explicou que é importante ter um repositório central para armazenar esses dados, para que seja possível analisar as informações e gerar os insights, a partir da seguinte estratégia:

1 – É importante descobrir quem está usando seu espaço;
2 – Analisar os padrões de consumo registrados;
3 – Criar eventos direcionados para o perfil demográfico identificado pelos padrões;
4 – Personalização por meio de sistemas que usam um opt-in do usuário, para não ser invasivo com a coleta de dados e espantar esse público com desconfianças a respeito de violação de privacidade. Um exemplo disso são os programas de fidelidade direcionados.

Para ilustrar essa estratégia, Baines apresentou alguns cases. Numa rede de cinemas, eles usaram detectores de dispositivos móveis e câmeras de reconhecimento facial para identificar o público que estava dentro do ambiente do cinema. A partir disso, o sistema gera conteúdo para os displays instalados no ambiente, com promoções e ofertas direcionadas para o perfil de público que está presente no cinema naquele momento.

Também aplicaram essa estratégia usando displays fora do ambiente do cinema, para chamar o público para dentro. Esse tipo de tecnologia pode ser usada também para direcionar anúncios de marcas e gerar uma nova fonte de monetização para as salas de exibição.

Ele deu um exemplo de uma grande loja de materiais de construção e decoração, que possui um bar em seu interior para que os clientes mais entediados consumam algo enquanto seus familiares fazem compras. Manter os clientes que não estão comprando dentro da loja por mais tempo, faz com que eles não apressem seu familiar para ir embora, aumentando as receitas da loja.

Com o sistema de análise de dados, eles puderam aumentar as vendas de drinks e de alimentos no bar da loja, ofertando vinho rosé para as mulheres que se aproximavam do balcão e um drink clássico (Old Fashioned) para os homens. Essa ação aumentou a receita global de vendas da loja. Os dados são coletados quando as pessoas olham para os displays de menu de comidas e bebidas e a oferta é direcionada com base no perfil demográfico identificado pelo sistema.

Os recursos apresentados por Baines são maneiras avançadas de se criar engajamento, usando tecnologia de ponta e inteligência artificial para realizar a análise dos dados, mas que por outro lado irão despertar debates relevantes sobre privacidade e segurança das pessoas.

Leia também

Leia também

spot_img