Fórum Brasil TV 2014 – Encontro com TV Brasil, Woohoo e A+E Ole Networks

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Os ‘Encontros’ do Fórum Brasil TV 2014 foram espaços destinados ao diálogo entre os produtores independentes e os programadores de diversos canais. Nesses encontros, os executivos tiveram a oportunidade de apresentar aos produtores independentes o perfil de seus canais, além do tipo de conteúdo que estão buscando para suas grades.

Encontro com TV Brasil – EBC.

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A TV Brasil é uma emissora pública gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Para este encontro, a TV Brasil trouxe seu Diretor de Programação, Rogério Brandão. Rogério falou brevemente sobre a TV Brasil no início da apresentação e mencionou que a emissora é a maior exibidora de cinema nacional. São 110 filmes brasileiros exibidos por ano, sendo que 80 deles são inéditos.

Em seguida, Brandão apresentou quais são os critérios utilizados pelo canal, para aquisição de conteúdo:

  • Relevância para grade: conteúdo precisa estar em linha com o perfil da emissora;
  • Ineditismo na TV Aberta: A TV Brasil é uma emissora de TV aberta, que também está presente no cabo e na parabólica. Por isso, preferem conteúdos inéditos no mercado de TV aberta;
  • Ano de Produção: preferências para produtos novos;
  • Premiações: Conteúdos que já foram premiados em concursos e festivais são prioridade.

Negociando com a TV Brasil.

A negociação com a TV Brasil não exige exclusividade nos direitos patrimoniais do produto. Eles não ‘amarram’ a exibição do conteúdo que compram para TV Aberta no mercado de TV Paga. Portanto, o produtor pode negociar um filme com eles e depois vender para um canal de TV por assinatura.

A janela de exibição da TV Brasil é de 24 meses. O produto ficará disponível para compor a grade deles durante todo esse período. Sendo que a emissora poderá exibir o conteúdo por quatro vezes, na TV aberta, na WEB e também na TV Brasil Internacional.

Produzindo com a TV Brasil.

Existem dois modos de se produzir com a TV Brasil. No primeiro deles, a emissora financia 100% dos custos de produção da obra e a EBC fica com 100% dos direitos patrimoniais do produto. Nesse modelo de produção, o custo médio por episódio de 52′ deve estar entre R$ 50 mil e R$ 80 mil. Projetos de programas de linha precisam ter ao menos 26 episódios.

Eles preferem programas que atendam nichos ou de variedades, que possuem um foco temático específico. Para 2015 está previsto o lançamento de 4 editais para pitching de projetos. O outro modelo de produção é a co-produção, em que a emissora investe até 49% do orçamento do projeto. Para esse modelo eles preferem programas com temáticas especiais, que custem mais do que R$ 80 mil por episódio de 52′.

A preferência é para os projetos que já possuem algum tipo de recurso captado. Os tipos de conteúdos desejados são séries de documentários, animação ou ficção. A emissora possui intenção em avançar com mais seriedade na produção de dramaturgia. Para 2014, a TV Brasil procura temas relacionados à infância, adolescência, histórico ou de cidadania. A inscrição dos projetos será aberta em Julho de 2014 e seleção será realizada em Abril de 2015. Os projetos podem ser enviados pelo Banco de Projetos da EBC.

Finalmente, Rogério Brandão destacou que a TV Brasil possui parcerias com emissoras estrangeiras, como a BBC, NHK e algumas emissoras francesas. Portanto existem janelas internacionais para as produções da TV Brasil.

Encontro com o Woohoo.

Antônio Ricardo, Diretor da Woohoo (programacao@woohoo.com.br), iniciou sua apresentação falando que o Woohoo é um canal brasileiro, criado há oito anos atrás. Ou seja, foi feito antes da Lei da TV Paga. O público alvo é de jovens de 14 a 24 anos, e também a faixa etária seguinte, de 24 a 35 anos. Basicamente, a programação do Woohoo é feita de programas com esportes de ação, música e também sobre o comportamento jovem.

O canal deve passar por uma reformulação visual após a Copa do Mundo. Eles pretendem solidificar uma programação variada para conseguir conversar com os jovens sobre outros assuntos. Eles possuem algumas séries de ficção, que foram compradas da BBC. Apesar de serem uma emissora, o Woohoo também é produtora. Eles produzem 1h30 de programação semanal para o canal. Antônio disse entender bem os desafios da produção independente, pois ainda atua nesse mercado.

Para 2015, o Woohoo irá destinar uma verba de fomento para produção. Isso será feito via Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) em parceria com a Rio Filmes.

Encontro com A&E Networks.

 

A produtora executiva Yara Carmago (ycamargo@aeole.tv) foi quem apresentou os canais da A+E Networks. Ela trabalha em conjunto com a Krishna Mahom, que fez a apresentação dos canais do grupo no evento do NETLab no ano passado. No início da apresentação, Yara falou sobre os três canais que possuem A&E, Bio e History. Ela destacou que o History é o canal que mais recebe projetos e que os produtores se esquecem da existência dos outros dois. Como eles precisam cumprir cota em todos os canais, essa pode ser uma boa chance para levar projetos para o A&E e o Bio.

Perfil dos canais.

Eles valorizam conteúdos que possuem humor, para qualquer um dos três canais. O perfil de público do A&E é de homens e mulheres, entre 18 e 49 anos, das classes A e B. O A&E é um canal de entretenimento variado e que possui também séries de ficção, produzidas no exterior. Gostam de projetos que trabalham conteúdo 100% original, focado em personagens. Eles não gostam de receber projetos que se parecem cópias dos que já estão na grade atualmente.

O canal Bio também trabalha com o perfil de público feminino, entre 18 e 49 anos, das classes A e B. É um canal que gosta de retratar as mulheres como elas são. Por mais irônico que isso possa parecer, o Bio não quer conteúdos biográficos. Também não estão nos planos do canal, programas de tutoriais ou de crimes.

Não há verba de produção para o Bio, pois ele é o “primo pobre” do History e do A&E. Eles preferem trabalhar com a pré-compra de séries completas. Já o History é um canal que se destina ao público masculino, na mesma faixa etária e social dos outros dois canais do grupo. Yara enfatizou que o History não é um canal de documentários, mas sim de entretenimento com informação.

Gostam de programação original, que siga uma linha factual ou de grandes produções hollywoodianas. Segundo a Yara, eles gostam de “não-ficção fora da caixa”. Como exemplo, ela falou sobre as séries “Varzea F.C.” e “Até que a morte nos separe”. Esta última, produzida pelo pessoal da Prodigo.

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