Este painel atraiu a atenção de muitos produtores independentes presentes no Fórum Brasil TV 2014. A apresentação oficial da SP Cine para o mercado audiovisual se deu de modo breve e bem objetivo. Dois representantes da Secretaria Municipal de Cultura trouxeram as principais novidades relacionadas à criação da empresa paulistana de incentivo ao audiovisual.
Boas vindas para a SP Cine.
Alfredo Manevy e Renato Nery divulgaram a data oficial de criação da empresa que promete turbinar a produção audiovisual na terra da garoa. Será no dia 16/06., uma segunda-feira. Para que a SP Cine fosse criada, os secretários de cultura estudaram durante um ano o funcionamento de outras empresas do mesmo gênero e tiveram um belo suporte da Rio Filme. Apesar disso, Alfredo deixou claro que a SP Cine não irá atuar exatamente nos mesmos moldes da empresa Carioca, pois a SP Cine possuirá uma política própria de atuação.
Mesmo sem possuir sua personalidade jurídica formalizada, a SP Cine já está promovendo ações no setor. Um dos objetivos da empresa é criar um fórum de TV em São Paulo que tenha importância similar ao Rio Content Market, organizado pela ABPITV no Rio de Janeiro. Outra novidade é a produção do Festival Internacional de TV em São Paulo. O evento, que já havia sido anunciado por André Mermelstein durante o painel de abertura, irá acontecer no mês de Novembro. Esse festival contará também com uma premiação.
Como a SP Cine irá investir no mercado?
Do ponto de vista da produção audiovisual, São Paulo é considerado um potencial represado. Mesmo sendo a maior metrópole do país, o mercado audiovisual paulistano sempre encontrou dificuldades para se organizar e crescer. Sabendo disso, a SP Cine pretende atuar como uma articuladora do mercado, operando com estratégia para que ele se desenvolva.
Após a fundação no dia 16/06, a empresa irá consolidar sua política de atuação. Os desafios do setor estão sendo mapeados em conjunto com o mercado. A SP Cine mantém contato frequente com produtoras independentes e programadoras para desenhar a melhor política de atuação nessa área. E não falta dinheiro para investir.
Uma parceria com a Ancine vai possibilitar o aporte de R$ 65 milhões na cidade no ano de 2014. Para se ter uma ideia do que esse número irá representar para o mercado, o montante investido em 2013 foi de R$ 8 milhões. Essa é uma boa novidade, mas a melhor vem a seguir. A SP Cine não investirá seus recursos a fundo perdido, como fazem várias outras políticas de fomento cultural. Alfredo acredita que esse método foi muito importante para o mercado, mas que ele já cumpriu o seu papel.
Por conta disso, a SP Cine irá ser sócia dos projetos que incentiva. E como todo bom sócio, ela irá acompanhar o desenvolvimento e os resultados dos projetos. O objetivo maior é o de alavancar a qualidade da produção, tornando-a rentável. No painel de abertura do Fórum Brasil de TV, Rogério Gallo, VP da Turner no Brasil, observou que os produtos audiovisuais nacionais são muito ruins de performance. Portanto, essa política de atuação anunciada pela SP Cine está realmente em linha com uma necessidade do mercado. Esse tipo de atuação só é permitido pois a SP Cine não é uma autarquia federal, como a Ancine, mas sim uma empresa pública com características de S/A. Isso faz com que o foco do trabalho não seja mais a prestação de contas do projeto incentivado, mas sim os resultados que ele efetivamente entrega.
Os primeiros investimentos estão programados para o mês de Agosto e irão ocorrer por meio de editais. Alfredo reforçou que o investimento no desenvolvimento de conteúdo é algo muito importante e será tratado como prioridade pela empresa. Fomentar criação e roteiro é agir com estratégia. Além disso, estão programados também investimentos em produção e distribuição.
SP Film Comission.
Um outro assunto muito falado sobre o audiovisual paulistano, é a dificuldade que o produtor enfrenta para gravar ou filmar na cidade. A SP Cine pretende se tornar um instrumento de apoio para isso, articulando a cidade como um pólo criativo e de produção. Adicionalmente, o mobiliário público, como pontos de ônibus, estações do metrô e relógios de rua, poderão ser usados como plataforma de promoção para os projetos.
Outros temas que estão no radar da SP Cine.
- Formação de profissionais: Eles identificaram que as faculdades não formam profissionais de programação, distribuição e produtores executivos. Melhorar a qualidade e variedade dos profissionais que chegam ao mercado é uma das preocupações da empresa.
- Encurtamento dos prazos de produção e criação: Muitas vezes, para um projeto se tornar viável, ele precisa utilizar diversas fontes de fomento diferentes. Isso gera prazos enormes para liberação dos recursos e para a produção da obra em si. A SP Cine pretende articular um sistema de investimento integrado para reduzir os tempos de produção.
A criação da SP Cine é algo muito esperado pelo mercado. Ao que tudo indica, essa espera poderá valer a pena. O trabalho de pesquisa do mercado e da criação das políticas de investimento se mostrou bastante sério. A SP Cine tem tudo para se tornar a plataforma que a produção paulistana precisava.
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