NETLABTV: Seminário Ficção – Resumo

Audiovisual > NETLABTV: Seminário Ficção – Resumo

O texto abaixo é um resumo do seminário sobre o Desenvolvimento de Ficção para TV paga, promovido pelo NETLABTV. Além do resumo, linkei os perfis do LinkedIn dos executivos presentes no evento.

Seminário Ficção

A dinâmica da mesa de ficção foi bastante parecida com a anterior. Roberto Moreira foi quem intermediou o debate. Os integrantes foram:

Marcelo Braga – FOX
Alexandre David – Sony
Silvia Fu – Turner

Marcelo Braga foi o primeiro a se apresentar. Muito objetivo, Braga dividiu sua apresentação em 4 tópicos principais, reforçando algumas coisas que a Elisa já havia antecipado na mesa anterior. Vou tentar resumir:

1 – O que é a FOX?

Um grupo com 9 canais.  FOX, FOX Sports, FX e NatGeo são os que mais precisam de conteúdo. FOX e FX recebem projetos de ficção.

2 – O que quer a FOX?

50% do público da FOX possui até 24 anos. O segundo maior segmento é de 18 a 34 anos.  Eles gostam de histórias de sobrevivência, de fantasia sobrenatural que não seja ficção científica. Adoram HQs (a exemplo de The Walking Dead) e também gostam de comédia.

Os projetos precisam ter valor para adicionar à marca da FOX. Precisa fazer parte do conceito do canal.

3 – Como chegar à FOX?

Nesse tópico, Braga deu exemplos de como alguns projetos foram viabilizados na FOX. Existem três possibilidades.

Produtora leva –>  uma ideia –> para a FOX

Case de exemplo: Contos do Edgar

FOX tem –> uma ideia –> e chama uma produtora

Case de exemplo: Se eu fosse você

Roteirista tem –> uma ideia –> mostra pra FOX –> que chama uma produtora

Case de exemplo: Ladies Room

Em breve o Marcelo Braga terá novidades sobre como apresentar os projetos.

4 – Desenvolvendo com a FOX.

Possuem um berçário de desenvolvimento. Braga explicou que eles realocaram para o desenvolvimento de projetos parte da verba destinada à produção. São US$ 30 mil disponíveis por projeto. O desenvolvimento ocorre em parceria com a FOX.

No contrato fica estabelecido que ao terminar o desenvolvimento, a FOX tem a primeira opção de compra e também a última recusa. Se o projeto não for comercializado, o dono da ideia não deve nada à FOX.

No final da apresentação, Marcelo Braga deixou uma mensagem incentivando todos os roteiristas presentes.

É difícil trabalhar com arte, mas é mais difícil ainda trabalhar com o que não se gosta.

Em seguida, Alexandre David falou sobre a Sony. A empresa está há 17 anos no Brasil, possui 3 canais (Sony, Spin, AXN) e uma base de 11 milhões de assinantes. Assim como a Krishna fez no painel anterior, Alexandre apresentou os aspectos fundamentais que um projeto precisa ter ao ser enviado para a Sony.

  • Título;
  • Formato do projeto;
  • Número e duração dos episódios;
  • Canal a que se destina;
  • Orçamento total e por episódio;
  • Sinopse;
  • Produtora.

Passadas essas etapas, se o projeto for selecionado, ele começa a percorrer um caminho dentro da Sony. Essa jornada passa por:

  • Piloto;
  • Negociação com a matriz;
  • Adequação ao perfil do canal;
  • Alinhamento com o público;
  • Execução.

Fechando a parte inicial da mesa, Silvia Fu apresentou a Turner, que possui um portfólio de 15 canais no Brasil. TNT, Space, Cartoon Network, TCM, TBS, TruTV e Glitz são os que mais precisam de projetos. TNT, Space, TBS e Cartoon Network recebem projetos de ficção. Eles preferem projetos de no mínimo 13 episódios em bloco de 1 hora.

Ela mostrou o case do Latitudes, um projeto transmídia produzido pelo canal no Brasil. Fechando a apresentação, Silvia passou o site para que roteiristas cadastrem seus projetos. Acesse: http://www.projetosturner.com.

As perguntas

Roberto Moreira iniciou a sessão de perguntas, questionando se é fundamental a presença de uma produtora na apresentação do projetos. Todos concordaram que sim. Apesar de ser muito importante ter uma visão do produtor durante as reuniões iniciais, nenhum dos presentes descartou a importância do roteirista. Eles observaram o fato do autor-roteirista ser a pessoa mais indicada para debater sobre alterações na obra, caso isso seja necessário.

Sabemos que o mercado audiovisual brasileiro ainda tem muito o que amadurecer. Estamos bem longe do modelo de sucesso implantado nos EUA. Esse foi o tema de uma das perguntas. Os participantes da mesa disseram ser otimistas quanto ao futuro. Pontuaram que é um caminho natural que o mercado evolua nesse sentido, destacando a figura do showrunner e a importância da sala dos roteiristas.

Sobre os formatos, Roberto questionou se os programadores estão recebendo muitos projetos e do quê eles mais sentem falta. Apesar do aumento no número de projetos, todos concordaram que ainda faltam boas ideias. Muitos copiam modelos de sucesso ou utilizam em excesso fórmulas já muito antigas.

Quando questionado sobre o modelo de 13 episódios para séries, Sony e Turner concordaram que é um modelo de sucesso. A FOX tem uma visão mais inovadora e diz não se preocupar muito com a duração. É mais importante a história ser contada de uma maneira interessante. Ou seja, o formato se adequa à história e não o contrário.

Leia também

Leia também

spot_img