Resumo SMW – Mídias sociais e a produção profissional de conteúdo

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Demorou algum tempo, mas finalmente consegui um espaço na rotina pra publicar os resumos de dois painéis que acompanhei na Social Media Week deste ano. O evento aconteceu de 23 a 27 de Setembro no MIS de São Paulo e contou com a presença de figuras importantes da área. Apresentado por Cristina de Luca, do grupo Now Digital, o painel de abertura falou sobre mídias sociais e mídias tradicionais.

Como as mídias sociais afetaram a indústria da produção profissional de conteúdo?

Cristina de LucaCristina começou falando sobre sua trajetória na Internet, que começou com o projeto do portal O Globo Online. Depois disso ela passou por diversas empresas, sempre liderando departamentos e projetos de produção de conteúdo. Para os mais curiosos, o CV dela está no LinkedIn.

Achei bastante interessante a distinção que ela fez entre a Internet como mídia e como plataforma. A questão que a Cristina levantou logo no começo foi: A Internet é concorrente das mídias tradicionais? Se tomarmos como base a Internet como Mídia, a resposta é sim. Todos podemos criar sites e blogs e começar a publicar conteúdo. Nesse universo, a informação se tornou uma espécie de commodity.

Internet como mídia

A partir do momento em que a Internet, auxiliada pelas mídias sociais, consegue dar notícias mais rapidamente que as mídias tradicionais (rádio, TV e impresso), ela se torna uma concorrente sim. E muito forte por sinal. Quem nunca experimentou aquela sensação de notícia velha assistir ao jornal noturno da TV? Horário nobre desperdiçado com notícias que rodaram durante o dia todo na rede. É difícil para os produtores profissionais de conteúdo competirem contra a força da massa. E, na minha opinião, eles nem deviam tentar competir. É uma grande perda de energia e de tempo. O melhor a se fazer é trabalhar junto com ela, de modo bilateral.

Uma boa amostra do poder que a Internet vem alcançando, é que ela passou a pautar a mídia tradicional. Os protestos de Junho no Brasil foram um bom exemplo disso. Enquanto a cobertura da mídia tradicional mostrava um lado da história, imagens gravadas por manifestantes mostraram uma realidade bem diferente. Depois de alguns protestos, a mídia tradicional precisou adaptar seu discurso e até pediu desculpas.

Internet como plataforma

Mas também existe um lado bom para as mídias tradicionais nessa história. Segundo Cristina, a Internet como plataforma não compete com as mídias tradicionais. Concordo com ela em 100%. A internet oferece aos produtores profissionais a possibilidade de distribuir melhor seu conteúdo, de uma maneira bastante barata. Determinados tipos de conteúdo são ‘viralizados’ quando caem na rede pois possuem um forte apelo com o público. Ora, se a TV e o rádio passaram décadas aprimorando a maneira de se relacionar com o público e identificar tendências, por quê não aplicar esse conhecimento ao mundo online?

Por exemplo, enquanto escrevo esse post a página Félix Bicha Má possui 1.747.329 fãs no Facebook. Essa página é administrada por um usuário comum, fã da novela da Globo e do personagem. Enquanto os produtores profissionais não aprendem a utilizar melhor as ferramentas que a Internet oferece, algumas pessoas vão aproveitar o vácuo para construir uma legião de seguidores. E nesse mercado, uma página com um número expressivo de fãs ou seguidores pode possuir um ótimo apelo publicitário. O que falta aos produtores profissionais é um olhar mais atento para as possibilidades de distribuição na Internet.

Cristina apresentou alguns gráficos e mencionou alguns comportamentos dos usuários em segunda tela. Faltou também sobre a parceria do Ibope com a Qual Canal para a mensuração da atividade em redes sociais relacionada à televisão.

No final, ela listou algumas das vantagens das mídias sociais em relação às mídias tradicionais. São elas:

  • APIs de rastreamento, permitem um conhecimento detalhado sobre o público;
  • Métricas confiáveis, números absolutos são diferentes de estimativas por amostragem;
  • Interação imediata, velocidade difícil de ser alcançada em outra mídia;
  • Fidelização dos consumidores, proporcionada pela interatividade.

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