O primeiro dia oficial de evento foi inaugurado pelo painel da Sony Pictures. Apresentado pela vice-presidente de programação e produção, Marie Jacobson, o painel apresentou algumas informações interessantes sobre o que a Sony anda buscando no mercado audiovisual global.
Sony Pictures no Rio Content Market
Logo no início do painel, Marie pronunciou uma espécie de lema que vem rondando o mercado audiovisual e publicitário principalmente nos últimos três anos: Content is the driver. Mas o conteúdo é o driver do quê afinal? No caso da Sony, é o driver do crescimento global da marca.
Nos dias de hoje é extremamente difícil para as marcas e canais conseguirem capturar a atenção de seu público. Todos temos celulares, tablets e outros tipos de computadores portáteis que nos permitem fazer dezenas de coisas ao mesmo tempo. O desafio de se conectar com uma audiência tão distraída é cada vez maior. E é por isso que o conteúdo tornou-se importante nesse cenário. Porém, para conseguir captar a atenção do espectador/usuário, o conteúdo deve trazer criatividade e inovação.
O papel da Sony é entregar o melhor conteúdo por meio das mais diversas plataformas. No Brasil, a empresa opera os canais Sony, AXN e o Crackle, que é o serviço de VoD da empresa. Eles estão expandindo a oferta de canais ao redor do mundo, conectando-se com bilhões de pessoas. Marie diz que o crescimento da marca é explosivo.
Cross divisional wins
Para sustentar esse crescimento, o foco está em conteúdos que possam oferecer uma relação de ganha-ganha entre as plataformas operadas pela empresa. A Sony trabalha para conseguir ampliar o conteúdo que eles produzem localmente, oferecendo-lhe alcance global por meio dos canais de televisão e da distribuição digital. Portanto, se o conteúdo for capaz de transitar pelas várias plataformas, melhor.
Em 2016, a Sony produziu 92 obras originais para suas plataformas digitais. Segundo Marie, o Brasil é o quinto maior mercado consumidor de conteúdo digital no mundo. Portanto, estamos no foco de investimentos da Sony. E nessa busca por conteúdo, a VP da Sony apontou quatro características que os projetos devem ter:
- Devem possuir marcas diferenciadas (lembra da originalidade e criatividade que ela mencionou antes?);
- Devem ser capazes de se conectar com a audiência em todas as mídias;
- O conteúdo deve ser incrível;
- Paixão pelo projeto e convicção em seu sucesso são características que eles valorizam nas pessoas que lhes levam projetos;
Em seguida, ela mostrou o gráfico de um funil, apresentando o filtro que é feito nos projetos:
- 500 projetos avaliados pelos executivos;
- 70 deles tiveram seus roteiros comprados;
- 20 desses roteiros foram eleitos para terem pilotos produzidos;
- 8 destes pilotos se tornaram séries de fato;
- 3 destas séries foram renovadas.
Sobre os canais operados pela Sony Pictures
Marie também falou mais um pouco sobre como são programados os canais da Sony. Eles trabalham basicamente de duas maneiras: comprando conteúdo pronto e investindo em produções originais, que também podem ser formatos de programas que possuam abrangência global.
Local Original Series
Neste tópico, a VP de produção e programação da Sony mencionou que a empresa procura por projetos que tenham caraterísticas locais, mas que ao mesmo tempo possuam um potencial para atingir a audiência global. A Sony está desenvolvendo dezenas de projetos ao redor do mundo dessa maneira, de acordo com um gráfico que ela apresentou.
Maire também deu como exemplo o formato de programa Shark Tank, onde os concorrentes precisam apresentar novas ideias de negócios para um grupo de investidores. A ideia original é de uma TV japonesa, que trouxe para a Sony e teve seu projeto distribuído mundialmente.
Global Original Series
A produção de séries originais é uma tendência, já verificada e comprovada pela NETFLIX (menção nossa). Marie explicou que a Sony está investindo nessa área dando uma certa liberdade ao conteúdos, favorecendo a relação entre a série e a audiência. Interatividade é importante. Ela explicou o case da série Absentia, que já possui traillers produzidos por fãs.
A série está sendo produzida originalmente para o Crackle e não se trata de uma super produção com orçamentos milionários. O fato do criador da série ser um roteirista novo foi o que chamou a atenção e viabilizou a produção do conteúdo.
Ainda sobre as produções orginais, Marie mencionou a série Skeleton Crew. O projeto foi escrito por nove roteiristas, que adaptaram a ideia original ao conhecimento do mercado global que a Sony trouxe. A série vai ser produzida na Polônia por roteiristas e produtores “topo de linha” e será distribuída mundialmente.
Co-produções Sony Pictures
É fato que ninguém realiza nada sozinho, ainda mais no audiovisual. A Sony busca por parceiros de produção para viabilizar a realização dos conteúdos. Eles estão caçando obras originais e parcerias locais para o desenvolvimento desses projetos. Ela explicou que a Pinewood é uma das principais parceiras da Sony nesse modelo de produção.
Sobre o perfil dos canais, Marie Jacobsen disse o seguinte:
- AXN: Crime dramas, conteúdos com forte carga dramática;
- Sony: Dramas mais leves, divertidos;
- Crackle: recebe os conteúdos dos dois canais;