RCM 2016 – Games & Produção de Conteúdo

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Este é mais um painel do Rio Content Market em 2016 dedicado ao mercado de games. Focado na questão de direitos patrimoniais e produção de conteúdo original, o painel contou com a apresentação de Carlos Estigarribia. Além dele, outros dois desenvolvedores de games apresentaram seus projetos no painel. Arthur Protasio, da Fableware, e Rafael da Dumativa.

De fato, pouco se falou sobre produção de conteúdo original e estratégias para esse mercado. As produtoras apenas apresentaram seus projetos de games.  O que salvou o painel foi o game da Dumativa.

Mais números sobre o mercado de games.

Carlos começou falando do potencial que os games possuem de arrecadar com propriedade intelectual (IP no sigla do inglês). No Brasil, ainda há muito conteúdo produzido para publicidade e poucos casos de sucesso na área de IP. Como Mitikazu apontou num outro painel sobre games, esse mercado de advergaming não conseguiu o impacto esperado e está diminuindo de tamanho e importância. Porém, os games originais são uma grande fonte de receitas para os donos de suas propriedades intelectuais.

A arrecadação com games somente no mercado brasileiro foi de US$ 1,5 bilhão. O Brasil sozinho representa 34% do faturamento de toda a América Latina. O grande problema é que todo esse dinheiro não fica para os produtores nacionais. Segundo Carlos, existe um gap na produção de games no Brasil. Os jogos brasileiros ainda não conseguem competir com títulos internacionais, que levam o dinheiro das vendas para suas matrizes no exterior.

Atualmente existem cerca de 200 empresas produtoras de games no Brasil. Você pode encontrá-las no site Brazilian Game Companies. Os principais polos de produção estão no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife e Florianópolis. 74% das empresas brasileiras possuem um faturamento bem pequeno, até R$ 240 mil. Somente 4% possuem faturamento expressivo, ultrapassando R$ 2,4 bi ao ano.

Para que o mercado nacional consiga ficar com o dinheiro, é preciso desenvolver jogos autorais com marcas fortes. As leis de incentivo, crowdfunding e investidores anjo são as principais alternativas de recursos para o mercado atualmente.

Fableware

 

Arthur Protasio fez a apresentação da empresa Fableware, que possui foco em desenvolvimento de conteúdo transmídia. Eles acreditam na importância do IP de seus projetos e são os produtores do jogo Sword Legacy. Arthur mostrou algumas telas e referências do jogo que, segundo ele, é uma espécie de xadrez interativo. A história do game gira ao redor da espada do Rei Arthur, e faz uma releitura dessa lenda.

Arthur comentou que são necessários cerca de R$ 500 mil para desenvolver um jogo bom e salientou que é preciso firmar parcerias para criar os jogos.

Dumativa – Game Original

Em seguida, Rafael apresentou a empresa Dumativa. Também disse que possuem foco em IP, com a criação de franquias e personagens sólidos. A Dumativa possui uma estrutura bem organizada de produção de conteúdo e aprecem ter um modelo de negócio sólido.

O principal produto deles é o jogo A Lenda do Herói, que está em fase de pré-venda. Há vários vídeos desse jogo no YouTube que chamam a atenção pelo conceito bastante original e interativo que eles imprimiram no game. A música narra o jogo na medida em que ele acontece.

 

A produtora arrecadou dinheiro por meio de crowdfunding (pediram R$ 125 mil no Catarse e conseguiram mais de R$ 250 mil) para a produção do game. Já são mais de oito milhões de views no YouTube.

Muito bacana ver que uma produtora brasileira se comprometeu num projeto original com um alto nível de complexidade. São muitas variações de música para que o game funcione e a programação que existe por trás disso não deve ser nada simples.

Rafael disse que eles fizeram o jogo em português com foco no mercado nacional. Porém, existe a intenção de trabalhar com o mercado internacional. O desafio é que para o jogo fazer sentido em outra língua, todas as músicas e letras precisam ser escritas novamente. O sucesso no mercado nacional pode possibilitar as empreitadas além das fronteiras brasileiras.

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