Memórias da Geração Y: #GamingMemories

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Há algumas semanas, esbarrei com uma notícia lá do Globo.com que me trouxe uma reflexão interessante. Trata-se da história de um garoto de 6 anos que jogava Rally Sports Challenge com seu pai num XBOX. O pai do garoto faleceu e o console ficou guardado por quase uma década. Num belo dia, o garoto, já adolescente, resolve ligar novamente o XBOX e se depara com um corredor fantasma no game.

Sobrenatural? Claro que não!! Se você já jogou games de corrida, provavelmente sabe que alguns modos do single player permitem que você salve sua melhor volta na pista. Assim, quando você for jogar de novo naquela pista, terá um veículo fantasma que representa sua melhor volta. É uma boa referência para baixar ainda mais o tempo, pois isso te permite melhorar o seu traçado na pista, além de ajudar a executar com mais precisão as freadas e acelerações.

As memórias da Geração Y.

Dez anos depois da morte do pai, o garoto liga o videogame e lá está o ‘fantasma’ do pai dele. No relato, o garoto diz que jogou por horas até conseguir ultrapassar o pai, mas não cruzou a linha de chegada para manter o fantasma vivo no console. De um modo inusitado, o game permitiu um reencontro entre pai e filho. Uma maneira interativa de se recordar de bons momentos vividos no passado.

Do mesmo modo que meus pais pegavam uma caixa de fotos pra matar as saudades de momentos importantes, esse garoto pode reviver bons momentos de game com seu pai. Esse é um uso bem incomum para essa mídia. Geralmente jogamos videogame pra matar o tempo, pra fazer coisas proibidas no mundo real, para conquistar Skyrim, ou mandar uns hadoukens na cara dos outros. Jogar para matar a saudade é diferente.

#GamingMemories.

Isso me levou a pensar sobre as minhas memórias de videogame. Elas são várias! Há títulos que marcaram bem algumas pessoas nas minhas lembranças. Por exemplo, sempre quando lembro do Killer Instinct, do SuperNes, me recordo do Igor, um amigo de infância que jogava muito bem esse jogo. Na casa dos meus primos no interior, reinava Super Mario Bros 2. Com meus primos mais velhos aqui da cidade, rolava muito Atari.

Com meus pais e irmão, jogava um console chamado Intelevision II. Pitfall, poker e ‘o jogo do hamburguer’ reinavam. Depois veio o Dynavision II, com um jogo de faroeste que tinha um joystick de pistola. Sensacional! Com os amigos da rua, perdemos dúzias de horas na casa do ‘Jão’ jogando Mario Kart na fase do castelo fantasma e tomando cerveja escondido. Quando o Nintendo 64 foi lançado, o Gustavo simplesmente sumiu do mapa pois jogava o Mario 64 sem parar. O cara até participou de um concurso.

Jogos da série Fifa e PES me fazem lembrar dos campeonatos cooperativos contra a máquina, no level very hard, que eu jogava com Caio (Bugooode) amigo lá do trabalho. O mais difícil mesmo era não dar risada com os caras narrando as partidas. Hoje em dia eu jogo Fifa 14 na turma de um amigo que conheci num curso de roteiro que fiz ano passado. Isso é a parte de consoles, se formos falar de fliperamas… vixxxx. Vai longe.

Foi com os primos do interior que descobri o Mortal Kombat. Sim, era um fliperama quando lançou! No colegial, alcancei um nível alto jogando Marvel Super Heroes, e outros jogos dessa série, enquanto cabulava as aulas chatas do curso de eletrônica. Quem me ensinou a jogar foi um cara chamado Marvel, imaginem o motivo? O apelido é tão forte que nem me lembro mais do nome dele. Eu fazia uma ficha render um bom tempo, afinal a grana era bem apertada.

Antes disso, quando minha mãe ia fazer compras do mês no Sondas da Pompéia, eu e meu irmão ficávamos jogando Capitão Comando e Streets of Rage no fliper do shopping. Depois teve a época da SportsArcade. Era uma espécie de fliperama-balada. Não usavam fichas, mas sim um cartão. Era mais caro, mas valia a pena.

Ainda faltam os jogos de PC! Eu e meu irmão Thiago jogávamos muito Doom com o Fábio, um amigo lá do prédio. Fazíamos partidas em rede com a nossa super placa de fax modem de 14.400 Kbps da US Robotics. (Isso é que era tecnologia de ponta!) Depois que comecei a trabalhar, comprei uma placa de rede pra economizar o pulso da linha telefônica. (Aposto que tem gente que nem soube o que é esperar dar meia noite pra usar a internet). O Fábio morava no quarto andar do meu prédio, eu no primeiro. Nós jogávamos o cabo de rede pela janela pra fazer as partidas.

Depois descobrimos um software para montar as fases do Doom. Nessa época minha rotina consistia em voltar do colégio, montar fases durante o dia, pra jogar em rede durante a noite. O Felype e o Rodrigo, que moravam em outra rua, entravam nas partidas também usando suas placas de faxmodem.

Depois do Doom veio Heretic, Hexen, Warcraft 2, Quake… ah.. o Quake. Meu amigo Marcos, vulgo MC, tem um irmão, o Leandro, que trabalhava com informática na época. Ele baixou um mod do Quake 2 chamado Action Quake. Haviam 5 computadores montados no quarto dele. Era uma Home-LAN fantástica. Nem preciso falar que o Leandro era o mais apelão de todos. Jogava sem parar. Aí meu irmão comprou um computador novo e em seguida veio o Half Life. Um jogo impressionante pra época. Em seguida surgiu a febre Counter Strike.

Consoles que eu já tive, na ordem de aquisição.

Quando eu comprei o meu computador, tratei de botar uma bela placa de vídeo nele e instalei o Unreal Tournament. Esse foi um dos jogos que eu levei mais a sério. Eu fazia parte de um clã, tínhamos hora pra treinar e pra competir. Meu mouse custava uma grana! O desempenho melhorava a cada dia, mas depois larguei o vício pois precisava cuidar da vida real.

O nome do clã era TMC [The Matrix Clan] e meu nick era Piruka. Não estou listado na page do clan, pois saí antes dela existir. Nosso líder era o Morpheus e nós tínhamos um clã amigo que se chamava FezesClan. Os caras eram meio ruins pra falar a verdade (vide o nome do clã). Depois descobrimos que se tratava de cinco amigos, donos de um escritório de engenharia, com idade entre 35 e 45 anos. Eles falavam para as esposas e filhos que estavam trabalhando de madrugada, mas na verdade estavam usando a LAN do escritório pra jogar Unreal online. Vai vendo… Os caras não tinham o menor medo do Ricardão!

Suas memórias.

Eu tenho saudade de todas essas épocas. Não tenho dúvidas que os games, para mim e para muitos da minha geração, funcionam para recordar tempos e pessoas legais. São lembranças interativas. Se você quiser recordar melhor, basta ligar um console e jogar o jogo de novo.

Tenho um primo chamado Rafael que está empenhado em montar uma coleção de games. Ele já está com oito consoles, três consoles de mão e uma lista interminável de títulos. Vai dar pra matar a saudade de várias épocas ali!! E você, quais são as suas #GamingMemories ? Conta aí nos comentários!

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