Resumo SMW – Breaking News

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No post anterior, abordei o painel da Cristina de Luca, do grupo now Digital, sobre o impacto das mídias sociais na produção profissional de conteúdo. O painel de Breaking News foi, de certo modo, complementar ao painel da Cristina. Foi um debate interessante entre seis figuras relevantes, mas que me decepcionou bastante no final.

Luciano Martins Costa, começou sua fala diagnosticando o status da mídia tradicional nos dias de hoje.

Mídia tradicional está a caminho de um desmanche, se tornando uma mídia institucional.

Ele falou sobre como os grandes veículos passaram a falar para as instituições e com isso ficaram vulneráveis à capilaridade da Internet. As informações trafegam com muito mais velocidade na rede. Além disso, elas não possuem a roupagem institucional do discurso polido e interpretado. São textos mais personalizados, mais diretos e que muitas vezes fazem parte da realidade da notícia ou da informação que está sendo transmitida.

Como o jornalismo se adaptou no passado recente

Luciano também lembrou que a criação dos “cadernos” nos jornais impressos foi uma iniciativa do jornalismo como um serviço. As notícias e matérias desses cadernos são uma espécie de prestação de serviços aos nichos de público que eles trabalham. Nas palavras dele, “um jornalismo utilitário”. Ele finaliza observando o fato do celular ser um utilitário poderoso. Achei interessante o ponto de vista do Luciano. Quem compraria o jornal de Domingo pra ter acesso ao Guia Cultural quando há aplicativos gratuitos distribuindo a mesma informação?

No Breaking News, é difícil competir com a velocidade da Internet

Bruno Torturra, representando o Mídia Ninja, falou sobre a capilaridade das mídias sociais. Como elas trafegam as  informações rapidamente, dando a notícia de última hora antes dos veículos tradicionais, como o Rádio e a TV. Ele apontou o Twitter como a ferramenta ideal para o Breaking News, pois dá a noção de que os fatos estão acontecendo naquele exato instante.

Em seguida o debate seguiu abordando a superficialidade das informações trafegadas nas redes sociais. Rosana Herman, do R7, chamou a atenção para o fato de que as notícias precisam ser melhor embasadas. “Nem tudo é o que parece, é preciso apurar as informações”. A velocidade da internet exige do jornalista, ou produtor de conteúdo, uma rapidez na elaboração da matéria. A competição pela exclusividade, ou pelo primeiro lugar na corrida do Breaking News, faz com que notícias erradas sejam veiculadas.

Mudança de foco

Da crítica sobre o jornalista para a crítica sobre o público foi um pulo. Na emoção do debate, todos os integrantes da mesa caíram na armadilha do generalismo e me decepcionaram bastante. Ao falar sobre como essas notícias são consumidas, eles fizeram algumas piadas e ironizaram o consumidor do trabalho que produzem. Dentre outras coisas, disseram que o Facebook é território de especialistas em manchete. É só uma notícia ou assunto tomar a pauta dos jornais, que todos viram especialistas no Facebook, dando suas opiniões e discorrendo sobre o assunto. Luciano deu como exemplo o julgamento do mensalão, ironizando “Agora todos falam sobre os embargos infringentes.”.

Sai desse corpo que não te pertence, ranço do jornalista datilógrafo

painel Breaking News

A minha pergunta é: Vocês, como jornalistas, acham isso ruim? Se as pessoas conversam sobre a novela, são uns alienados. Se debatem temas políticos são especialistas de meia-tigela? Minha opinião é a de que ter pessoas falando espontaneamente sobre assuntos jurídicos é um avanço tremendo para nossa sociedade. A função do jornalismo é a de informar as pessoas, chamando a atenção para assuntos relevantes. Se elas falam besteiras enquanto debatem o assunto, é porque elas não são especialistas. São pessoas comuns tentando interpretar a realidade. E o fato delas debaterem o assunto não representa competição para os jornalistas. Aliás, se foi possível diagnosticar essa ignorância do público nas redes sociais, cabe ao jornalista preencher profissionalmente essa lacuna de informação.

Onde eles estão vendo competição, na verdade, existem oportunidades!

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